O ESPÍRITO LIVRE

Este espaço tem como objetivo aglutinar todo o emaranhado de idéias que eu tenha produzido. Um espaço de reivindicação para a construção de uma nova sociedade e de resistência ao senso comum

domingo, 4 de dezembro de 2011

Magrão



Até Sempre!

Acordei neste cinzento domingo com a triste notícia do falecimento do grande Doutor Sócrates e é então, com muita amargura que volto a escrever neste espaço. Ontem assistindo aos jogos da Seleção Brasileira na Copa de 82 na Espanha (talvez a última a representar nosso povo) me emocionei com as atuações de Sócrates, Zico, Falcão e Éder.

Enquanto observa a magia daquele time dirigido brilhantemente por Telê Santana, pensava com meus botões “Como pessoas com Sócrates podem morrer?" "Isso não faz sentido algum” e ele morreu no dia seguinte. Mas não é a sua ocultação deste mundo insano que fará com que suas idéias desapareçam, que seus toques de calcanhar sejam esquecidos. São nossas ações que nos marcam e vendo a vida sob esta perspectiva tenho a certeza de que homens como ele não morrem nunca e apesar da tristeza que me aperta o coração, tenho a confiança de que a despedida de Sócrates servirá como incentivo para que eu continue fazendo o diferente, vivendo por aquilo que acredito e lutando pelos sonhos que espero. Não só eu, mas todos aqueles os quais o Sócrates serviu de inspiração para construir um munddo melhor.

Obrigado Magrão!

A seguir um trecho do belo texto do Flavio Gomes sobre o falecimento do Doutor Sócrates


Avança a fita.
Ano passado, um velho e empoeirado e querido pub em Pinheiros, faz frio, as portas já fechadas, o dono não quer nem saber, quem quiser fumar, fume, fumem e bebam antes que o mundo acabe, o amigo tocando violão, a gente ali, tentando entender o que estava acontecendo com nossas vidas, aí ele entra alto, forte, senta, pede um vinho, sorri, canta, sorri, bebe, sorri, fuma, e a gente tira foto com ele, e o mundo é um lugar até aceitável quando a gente vê que tem gente como ele, que jogava bola, que só vencia a timidez diante da multidão falando e tocando de calcanhar, e que sorria, e bebia e fumava.
Sócrates morreu de tanto viver, que é uma boa forma de morrer.

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