O ESPÍRITO LIVRE

Este espaço tem como objetivo aglutinar todo o emaranhado de idéias que eu tenha produzido. Um espaço de reivindicação para a construção de uma nova sociedade e de resistência ao senso comum

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Serie: Trechos


A difícil necessidade de existir neste mundo

Com o passar dos anos, o aumento na demanda de esforços, contratempos, empenho e a indesejável amargura por estar neste espaço, me faz pensar e questionar nos motivos de viver aqui. Estamos sempre sendo subjugados e explorados, vivemos amontoados, mal temos tempo de conversar, de amar ou respirar e sob este emaranhado de inquestionáveis desilusões ainda conseguimos existir, já que viver se torna um desafio constante.

É melhor ser um perdedor do que ser vencido pelo Sistema

Desde muito novo comecei a questionar um plano definido ou pré-estabelecido de vida, ir contra algumas lógicas apresentadas e impostas pela sociedade não é fácil e queira você ou não, o desgaste é constante. Mas isso nunca me importou e sempre tentei descobrir e entender de onde vim e de onde sou, para poder assim determinar um futuro que sempre me pareceu muito difícil e que a cada dia que passa se ratifica como tal. A custosa vida nos exige desafios difíceis de serem cumpridos. Como respeitar as pessoas e os diferentes na sociedade dos vencedores, da historia contada pelos vitoriosos? Como valorizar os anseios de todos na sociedade do individuo? Como amar em um lugar onde nos preparam para uma batalha cotidiana? No mundo onde a competitividade esta em tudo, temos que ser agressivos para lucrar, para vencer. Se isso for ser um vencedor, prefiro então tornar-me um eterno perdedor.

Melancolia, razão e o preservar da memória.

Escrever com este ar melancólico me desperta, o desabafar sobre este vasto mundo branco e imaginário que é uma folha de papel me consola infinitamente. Entretanto, se assim escrevo, não é pela falta de razão que me caracterizo ou por assim dizer me generalizo, longe disso, escrevo pois as palavras e a impressão assim deixada são as marcas que aqui posso consentir, é a razão intrínseca pela qual vivemos. Ao comentar sobre esta solida necessidade, busco em sabias palavras definir a importância da memória e da necessidade de escrever, seu sentido não é nada mais que evitar a imposição da mentira: “Para que nos resignemos a viver uma vida que não é nossa, nos obrigam a aceitar como própria uma memória alheia. Realidade mascarada, estória contada pelos vencedores: talvez escrever não seja mais que uma tentativa de pôr a salvo, em tempos de infâmia, as vozes que darão testemunho de que aqui estivemos e assim fomos.”.

A superação do medo

Muitos temores nos aparecem durante este longo percurso, muitos deles já nos vêm impostos pela sociedade. O medo político, o estado agindo de forma repressiva ou anunciando o terror (muitas vezes inexistente), o patrão arbitrário e sem pudor que parece um estopim para o nosso fracasso. São diversos os medos que nos rodeiam e nos fazem retroceder e andar para trás. O conhecimento, uma pratica libertaria e um pouco de ceticismo nos ajuda a poder combatê-lo.